O executivo citou o temporal de 8 de setembro, "que varreu todo o Estado de São Paulo e colocou todas as empresas de energia elétrica em regime de contingência." "Uma situação que se repetiu ao longo dos meses de outubro, novembro e dezembro", disse ele, que mostrou cópias de reportagens da imprensa retratando os estragos causados pelas chuvas e ventanias.
Além dos ventos e raios que causam danos à rede elétrica, Guth citou os casos de quedas de árvores sobre a fiação como uma das principais causas dos apagões. "A arborização tem relação direta com a falta de energia. Os temporais têm ficado cada vez mais fortes. É um desafio que temos de enfrentar", afirmou.
O diretor da CPFL apresentou série de números envolvendo interrupções de energia no Estado para tentar isentar a companhia de culpa exclusiva nos episódios que motivaram a abertura da CPI na Câmara. "O índice de duração do tempo de interrupção geral no Estado subiu 51%, com a CPFL não foi diferente, mas registramos crescimento de apenas 12%."
Mais reclamação
Outro dado apresentado pelo executivo a pedido dos integrantes da CPI foi aumento no número de compensações a consumidores por conta das quedas de energia. Em 2014, foram registrados 96 mil consumidores compensados com abatimento em contas. Já em 2015, foram 143,8 mil consumidores, elevando o total das compensações de R$ 206 mil para R$ 537,2 mil.
O número de clientes indenizados por danos elétricos a aparelhos também cresceu consideravelmente, inclusive o número de reclamações aceitas pela companhia. Em 2014, foram 1.487 reclamações com índice de procedência na casa dos 23%. Já em 2015 foram 2.173 reclamações, com índice de procedência de 34%, o que motivou indenizações em torno dos R$ 200 mil.
Por fim, o representante da CPFL disse que a empresa investiu R$ 35 milhões nos últimos cinco anos em Rio Preto na modernização e melhoria do sistema elétrico, sendo R$ 6,7 milhões em 2015. As explicações, porém, não convenceram os integrantes da CPI, que não pouparam a CPFL de duras críticas.
Fábio Marcondes (PR), Paulo Pauléra (PP), Marco Rillo (PT) e Alessandra Trigo (PSDB) acusaram a CPFL de descaso com Rio Preto, com falta de mão de obra suficiente, fragilidade no atendimento aos problemas e até desprezo em relação aos consumidores. "Não estão nem aí para Rio Preto", resumiu Rillo.
Plano de metas
Diante das falhas apontadas, Marcondes, que preside a CPI, deu uma semana de prazo para que os representantes da companhia energética apresentem um plano de metas para solucionar os principais problemas, como constantes quedas de energia e excesso de lâmpadas queimadas. "Paralelamente a isso, vamos nos reunir para elaborar um plano impositivo à CPFL", afirmou o vereador do PR.
O diretor de operações concordou com a medida e disse que a empresa vai trabalhar para melhor a percepção dos consumidores a respeito do serviço prestado pela CPFL, que tem na região de Rio Preto, onde está há 103 anos, quase 10% dos seu total de clientes, sendo o terceiro maior crescimento entre todos os seus clientes.
"Não é um trabalho de curtíssimo prazo, mas estamos com esse compromisso (de melhorar serviço). Vamos nos reunir e mostrar o que podemos fazer por Rio Preto", disse Guth.
Publicado em: 01/01/0001 00:00:00
Publicado por: Imprensa