As Comissões Permanente de Saúde e Defesa da Cidadania realizaram uma reunião com moradores do Jardim paraíso e proximidades e membros da Pastoral do Povo de Rua, na noite desta segunda-feira (24/11), na Câmara de Rio Preto. Foram convidados o juiz da vara da infância Evandro Pelarin e o defensor público Júlio Tanone e vereadores. O objetivo é tratar da implantação de um local para atender a população de rua no bairro e região. Os moradores se manifestaram contra a ação, preocupados com a segurança, já precária, do local.
Participaram da reunião os vereadores Celso Luiz de Oliveira peixão (MDB) e João Paulo Rillo (PT), presidentes da comissão de Saúde e de Defesa da Cidadania respectivamente, Bruno Moura, Marcelo Renato (Novo), Renato Pupo (Avante), Jonathan Santos (PL), Alexandre Montenegro (PL), Pedro Roberto (Republicanos), Abner Tofanelli (PSB) e Odélio Chaves (Podemos).
Representando os moradores, Nadir Peliceri entregou aos representantes da Justiça e do Legislativo um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas contra a iniciativa.
"Não podemos andar nas ruas depois das 18 horas no bairro, com medo da violência, principalmente dos usuários de drogas. Ali nas proximidades temos casas de prostituição e atender ali a população de rua, pode ser um maior incentivo ao tráfico de drogas. É um ambiente muito propício à prostituição, tráfico e consumo de drogas", afirmou a moradora.
Por outro lado, voluntários da Pastoral do Povo de Rua e de outras instituições que prestam atendimento à população em vulnerabilidade defendeu o ponto de que um acolhimento humanizado pode colaborar com a mudança de vida de quem mora na rua oi tem envolvimento com substâncias químicas.
"Trabalhei por mais de 20 anos com a população que vive naquele local. É triste ter um filho ou familiares envolvidos com dependência química, não podemos abandonar essas pessoas, é preciso dar a elas oportunidades para sair dessa situação" afirmou Adriana Fasanelli, que atuou na diretoria do antigo Ielar que realizava programas de assistência social no bairro Jardim Paraíso.
De acordo com Tanone, o grupo já faz esse trabalho no bairro, mas está pedindo autorização para realizá-lo com mais estrutura, com locais para descanso e higiene. “Não há como sair daqui com soluções práticas e a situação resolvida. Nosso compromisso e responsabilidade é continuar a falar sobre isso e ouvir a todos, tentando entender, mesmo que não haja encaminhamento concreto, que as pessoas possam falar e ser ouvidas”, avaliou.
O juiz Evandro Pelarin também se pronunciou. “Há uma lei que determina que tenha um atendimento itinerante onde há população de rua e tem de ser feito. Isso desagrada, mas está na lei. No limite, se não houver acordo, vamos recorrer à justiça para que as pessoas sejam atendidas”.
Para finalizar o encontro os vereadores João Paulo Rillo e Celso Peixão decidiram por chamar uma nova reunião, dessa vez, com participação da Prefeitura que não enviou nenhum representante na noite desta segunda-feira. “Queremos uma nova reunião com todos e o Executivo, além da entidade que faz a abordagem social no bairro para mostrarem os dados. Propor isso para que, se não encontrar uma saída combinada, o projeto vá para lá e depois fazemos uma audiência para analisar o que aconteceu depois que o projeto foi pra lá. Fizemos uma boa audiência, as pessoas colocaram seu ponto enquanto moradores e uma fala do juiz Evandro sobre o que está na lei, mas para ter êxito tem de ter o envolvimento direto do Poder Público”, finalizou o vereador João Paulo Rillo.
Publicado em: 24/11/2025 20:47:28