Técnicos do Semae dizem que nenhuma possibilidade para captação de água está descartada, mas que financiamento de R$ 650 milhões junto à Caixa não deve ser consolidado
09 de abril de 2025 - Categoria: Notícias da Câmara
A Comissão Permanente de Defesa da Cidadania realizou na Câmara Municipal de São José do Rio Preto audiência pública para debater o projeto do Semae de captar água no rio Grande, em Fronteira, a uma distância de aproximadamente 50 quilômetros. Um dos principais impasses debatidos na audiência, além de real necessidade de buscar água no rio Grande, é o custo da obra, estimado em cerca de R$ 1 bilhão. Para financiar o projeto, o governo anterior, de Edinho Araújo (MDB), aprovou um financiamento de R$ 645 milhões junta à Caixa Econômica Federal. O restante seria financiado pelo próprio Semae.
O presidente da Comissão de Cidadania, João Paulo Rillo (Psol), considera que existem alternativas ao financiamento milionário junto à Caixa, além de estudos técnicos que apontem a real necessidade de captar água a 50 quilômetros de Rio Preto. "Sabemos que tem rebaixamento dos poços Bauru e Guarani, mas ninguém sabe quando se esgota", disse Rillo na abertura da audiência, ao se referir a alternativas à captação no rio Grande. Em relação ao financiamento junto à Caixa, disse que existem outras opções. "Se o Semae em pouco tempo, quatro, cinco anos, conseguiu um caixa de quase R$ 400 milhões, porque não pensar uma estratégia financeira melhor?" questionou.
Por parte da autarquia, falaram o assessor chefe de gabinete, Estevam Pietro, o assessor de assuntos estratégico, Edmilson Santana, o diretor geral de gestão, Ibrahim Nagib Karam Jr., e o diretor do departamento de sistema de água, Leandro Dias Joaquim. Pietro iniciou sua fala dizendo que nenhuma possibilidade de captação de água está descartada, seja captar no rio Grande, em outro manancial superficial ou até mesmo ampliar a captação por meio dos poços Guarani. Ele garantiu, porém, que "a atual gestão não tem necessidade do financiamento da Caixa. Não é viável. Não quer dizer que a captação no rio Grande está descartada. Não há risco para um futuro próximo. E temos estudo sobre a viabilidade de novos poços Guarani, mais um ou dois", disse o chefe de Gabinete do Semae. "Todas as modelagens são levadas em consideração", completou.
Já Santana admitiu que Rio Preto precisa pensar em alternativas de abastecimento para o futuro. "Estudos apontam a necessidade de captação. Seja pelo rebaixamento dos poços, as estiagens cada vez mais severas e os custos cada vez mais altos para tratar a água da represa. Os estudos corroboram com o projeto (de captar no rio Grande)", disse ele. Já Karam Jr. lembrou que a obra para captação de água no rio Grande é projeto para 8 ou 10 anos até ser concluída. "Qual o limite prudencial que podemos esperar? Em cinco, seis anos, não teremos colapso, não creio. Mas teremos crise hídrica, então, temos de pensar no futuro." Mesma linha seguiu Dias Joaquim. "Números mostram que um poçço Bauru já produziu 40 mil litros por segundo. O último (que entrou em operação) não chegou a 9 mil. Saneamento não é de um dia para outro, é preciso planejamento."
O atual governo, encabeçado pelo prefeito Fábio Candido (PL), desde sempre colocou em xeque a viabilidade do financiamento junto à Caixa. Durante a campanha, o então candidato chegou a dizer que não levaria adiante o financiamento, já assinado com a Caixa. Pietro disse que a Prefeitura já está em tratativas com o banco federal para estudar possibilidade de um rompimento amigável do contrato entre as partes. Ao final da audiência, os técnicos falaram ainda sobre as perdas de água em Rio Preto, que no último mês de fevereiro, ficou abaixo dos 20%, e também de poços clandestinos em Rio Preto.
Participaram ainda da audiência os vereadores Pedro Roberto (Republicanos), Jean Dornelas (MDB), Odélio Chaves (Podemos) e Abner Tofanelli (PSB), além de representantes da sociedade civil organizada. Um novo encontro deve ser marcado para dar sequência ao debate.
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Publicado em: 09 de abril de 2025
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