Na tarde desta quarta-feira (10/03), o secretário de Trânsito de São José do Rio Preto, Amaury Hernandes, prestou esclarecimentos aos vereadores sobre a situação do transporte coletivo no município. O tema central foram as denúncias de superlotação nos ônibus no momento que a cidade enfrenta altos índices de contaminação pelo coronavírus e alta taxa de ocupação de leitos. O convite ao secretário foi feito pelo vereador Bruno Marinho (Patriota), que é presidente da Comissão Permanente de Trânsito, Transporte, Usos e Costumes.

De acordo com Hernandes, desde o início desta semana, os ônibus transitam respeitando a capacidade de passageiros sentados. A Guarda Municipal atua no terminal para que a medida seja respeitada. “Essa semana não está saindo ônibus com passageiros em pé. E nessa semana já houve reclamação de que ônibus não parou em ponto. Mas o motorista não pode parar porque não existe mais vaga.”

Na busca por soluções para evitar a alta concentração de passageiros em determinados momentos do dia, a Prefeitura analisa a possibilidade de implantar um sistema de escalonamento. De acordo com o secretário, o Executivo já entrou em contato com representantes do setor empresarial para ver se é possível definir diferentes faixas de horário para a entrada e saída dos trabalhadores. As jornadas começariam às 6 horas; depois às 7h, às 8h e 9 horas. O término ficaria distribuído entre os horários de 15 horas, 16 horas, 17 e 18 horas. “Isso para que tenha uma distribuição dos usuários ao longo do dia. Para não ter aglomeração. Para que possam ir e vir sem risco de transmissão da doença.”

Durante a reunião, os vereadores fizeram seus apontamentos e puderam tirar dúvidas. Robson Ricci (Republicanos) questionou o secretário sobe a razão da pela qual a determinação de não permitir passageiros em pé não ter sido cumprida desde o dia 2 de março de 2021, data do decreto que trouxe mais medidas restritivas para o município. Ricci também perguntou se o sistema de transporte foi multado por não cumprir a determinação. Amaury Hernandes explicou que, dada a complexidade do sistema, nem sempre as medidas são implantadas de um dia para o outro. No caso da penalização das empresas que operam na cidade, o secretário informou que, na pandemia, esse tipo de fiscalização cabe à Vigilância Sanitária e aos fiscais de postura. A Secretaria de Trânsito ficaria a cargo da fiscalização dos contratos com essas empresas.

Atualmente, Rio Preto conta com 80 itinerários atendidos por 232 ônibus. Antes da pandemia, o sistema atendia de 104 mil a 110 mil passageiros por dia. Na semana passada, quando Rio Preto estava na fase laranja, a cidade registrou 62 mil passageiros/dia. Nesta semana, já na fase vermelha, o transporte coletivo está atendendo cerca de 50 mil passageiros/dia. Ainda de acordo com o secretário, agora na fase vermelha, o sistema de transporte registrou aproximadamente 7 mil usuários não pagantes, a maioria idosos.

Para o vereador João Paulo Rillo (Psol), o número atual de 50 mil passageiros/dia mostra que a cidade necessita de uma medida de isolamento mais eficiente. “O caminho é um lockdown sério. O que Rio Preto faz é de mentira e prejudica os pequenos. Os pequenos comerciantes pagam a conta sozinho. Se faz um sério, a gente consegue diminuir o tempo de sofrimento.” Rillo também defendeu a necessidade de uma CPI para investigar a questão da lotação do transporte na pandemia. “O único instrumento para pressionar por medidas corretas é uma CPI.”

Pedro Roberto (Patriota), presidente da Câmara, defendeu uma melhor comunicação com os usuários de ônibus, para que eles possam ser conscientizados sobre as medidas de combate ao contágio: “Acredito que deve ser melhorada a comunicação com os usuários, por meio de panfletos, folhetos, avisos no terminal, para as pessoas terem noção de como se comportar no transporte coletivo.”  Outra medida foi apontada pelo vereador Jean Charles Serbeto (MDB).  “Como sugestão, orientar que seja evitada a conversa durante a viagem, inclusive o uso do celular. Estudos mostram que isso pode contribuir para a redução da proliferação do vírus.”

Bruno Marinho, vereador que preside a comissão que organizou a reunião, fez um balanço do encontro. “Foi um evento muito positivo, com ideias, sugestões, explanações e, principalmente, publicidade e democracia.” E completou: “a única forma de superar essa questão é com união e responsabilidade de todos”, completou.

 

Comunicação / Câmara Municipal

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