O presidente da Câmara de São José do Rio Preto, Pedro Roberto (Patriota), se reuniu na manhã desta quarta-feira (16/06) com representantes de órgãos públicos, da sociedade civil, ambientalistas para conhecer as ações de prevenção a incêndios na Floresta Estadual do Noroeste Paulista e Estação Ecológica do Noroeste Paulista. Há preocupação com um novo episódio de queimada devido à chegada do inverno, estação mais seca do ano. No último incêndio, em setembro de 2020, 93% dos 980 hectares das unidades de conservação e áreas particulares foram destruídos pelo fogo.

O encontro foi realizado na avenida Abelardo Menezes, via de acesso para as áreas de preservação. “Passo por aqui e observo a vegetação alta às margens da avenida. Um cenário preocupante por isso convidei os outros entes para saber quais medidas de prevenção estão sendo tomadas”, explica Pedro Roberto.

Participaram do encontro o vereador Renato Pupo (PSDB); o vereador João Paulo Rillo (Psol) foi representado por sua assessoria; Defesa Civil municipal e estadual, Universidade Estadual Paulista Unesp/Ibilce; Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Associação dos Amigos dos Mananciais (AAMA) e Secretaria do Meio Ambiente.

“A questão ambiental sempre foi muito importante para mim. No ano passado tivemos um incêndio devastador. Temos medo de que aconteça novamente porque estamos entrando em período de seca”, disse Pupo.

O coordenador da Defesa Civil de São José do Rio Preto, o coronel Carlos Lamin, explicou que em 2017, foi criado o Comitê Gestor de Combate de Queimadas, por meio do decreto municipal, nº 17.777. O Comitê reúne 50 integrantes de diversos segmentos para acompanhar, estudar e propor ações de prevenção. Foram realizados 48 quilômetros de aceiro (técnica de retirada de vegetação). O local também conta com o funcionamento de duas câmeras de vigilância. “Estamos providenciando a instalação de mais duas câmeras controladas pela Central de Monitoramento que, ao notar a presença de pessoas na área, aciona a Guarda Municipal”. Um processo de licitação foi autorizado pela prefeitura para compra de dois veículos destinados exclusivamente para realizar trabalho de manejo da vegetação. Sobre a área às margens da avenida Abelardo Menezes, Lamin informou que será feito um corte manual da vegetação.

Um outro veículo adquirido pelo Corpo de Bombeiros também será usado para o combate a incêndio no local. O veículo foi apreendido em uma operação do tráfico de drogas em julho ao ano passado e, por meio da Justiça,  transferido para o 13º Grupamento de Policiamento. “É uma viatura de irrigação diferente das duas outras viaturas que temos porque joga a água e se movimenta, ao mesmo tempo. Além de o sistema de tração que vence curva de nível e o relevo” explica o tenente Teixeira.

O professor-doutor em Zoologia e Botânica da Unesp Luis Henrique Branco esclareceu que a área da Estação Ecológica administrada pela universidade não dispõe de orçamento para aplicar em melhorias e manutenção. No entanto, salientou o papel desempenhado com o Comitê Gestor. “Estamos atuando em ações conjuntas que visam a proteção interna quanto a externa com a fiscalização para evitar novamente incêndio igual ao do ano passado”, afirma.

A engenheira agrônoma da Secretaria de Meio Ambiente Larissa Volpe falou sobre as medidas da pasta. “Estamos desenvolvendo ação de construção de aceiros para permitir a entrada das viaturas e reposição das mudas do reflorestamento com parceiras e ajuda do viveiro municipal”, explicou. Para formação da Floresta do Noroeste Paulista, em junho do ano 2019, foram plantadas 106 mil mudas de vegetação nativa que foram atingidas pelo incêndio.

A realização de aceiros, realização de limpeza, cortes, monitoramento presencial e por câmeras, construção de portais de identificação das unidades foram as principais ações elencadas ao final da reunião. O legislativo vai acompanhar e encaminhar as indicações e sugestões para a proteção da área.

Floresta Estadual e Estação Ecológica do Noroeste Paulista

A Floresta Estadual do Noroeste Paulista e a Estação Ecológica estão localizadas entre os municípios de São José do Rio Preto e Mirassol, são administradas pelo Instituto Florestal e Ibilce/Uniiversidade Estadual Paulista (Unesp), respectivamente. O entorno é formado por áreas públicas do município e de outras entidades como Fatec, além de propriedades particulares. São dois biomas remanescente de Mata Atlântica e Cerrado brasileiro, no interior do Estado. As áreas têm importância nacional nas estratégias de conservação biológica pois contribui para o preenchimento de uma lacuna importante na conservação destes biomas, de acordo com levantamento científico da Unesp/Ibilce. Abrigam espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção. Pesquisas identificaram 305 espécies de 79 famílias e cinco espécies vulneráveis à extinção de plantas e árvores, como jequitibá-rosa e o cedro-rosa. Estudos sobre os animais, revelam 19 espécies ameaçadas de extinção e 19 quase ameaçadas. Foram registrados 110 espécies de mamíferos, sendo 11 espécies ameaçadas de extinção. Tamanduá-bandeira, jaguatirica, morcego-vampiro e o gato-maracajá são animais habitantes das reservas.

“É uma área espetacular que temos de cuidar e proteger. Precisamos de um plano para garantir a preservação no futuro”, finalizou Pedro Roberto.

Comunicação/Câmara Municipal

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